No último sábado (22), aconteceu no Centro de Convivência Renascer o lançamento do documentário “Memórias do Mar: a arte dos carpinteiros navais de Marataízes”. O projeto idealizado pela historiadora Laryssa Machado, com apoio do historiador Lucas Machado e do web-designer Otávio Moreno, do Insight Studios. O projeto também contou com apoio do IHGIM, Instituto Histórico e Geográfico de Itapemirim e Marataízes.
O mini-documentário é um pequeno recorte histórico de uma atividade que acontece nas praias a muitos anos: a arte de construir barcos. Documentos relatam que a construção naval está presente no nosso litoral desde 1833. Porém, é sabido que os povos indígenas que habitavam nossa região, principalmente os Goitacás, eram grandes pescadores, o que nos faz refletir que, a construção de embarcações em nossa localidade pode ser uma atividade milenar. É certo que, os barcos que temos hoje em nosso porto é fruto da mistura de indígenas, europeus e africanos, já que em documentos do século XIX, muitos escravizados foram classificados como “tanoeiros” e “calafates”, nomes que davam aos construtores e reparadores de embarcações.
O documentário traz depoimentos dos historiadores Laryssa e Lucas e dos construtores Fernando Brumana e Afonso Júnior. Fernando relata que começou a trabalhar em estaleiro aos 16 anos, atividade que exerce até hoje. Já Afonso é responsável por um estaleiro que funciona no município a quatro gerações. Inclusive, Fernando aprendeu a construir barcos com o avô de Afonso, no estaleiro dos Marafoni. Também aparecem cenas do cotidiano no Porto da Barra, com o barco Marataízes III, propriedade do Sr. Adilson Julião, sendo colocado na água após reforma. Em outro momento, o pescador Allan Paz relata os desafios enfrentados na pesca, em alto mar.
O documentário foi produzido com recursos da Lei Paulo Gustavo, distribuídos pela Secretaria de Cultura de Marataízes através de edital público. Além da exibição de lançamento, ocorrida no dia 22, o trabalho está disponível na plataforma do YouTube. Esse é o segundo trabalho da equipe, que já produziu outro mini-documentário resgatando histórias da centenária Festa das Canoas de Marataízes.
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